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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ambiente Político

A agenda ambiental para os candidatos a Prefeito é simples, simplória até.
Cuidado com o transporte público, com a reciclagem e compostagem, com os espaços públicos, incluindo as árvores de calçada. Redução da poluição no ar, na água e nos alimentos. Não são necessárias grandes idéias. Não precisa nem ser muito inteligente.
Melhor até que não seja, para não querer depois de eleito candidatar-se aoutro cargo mais alto e deixar a cidade aos cuidados de sabe-se-lá-quem.
Basta que no dia a dia aprove uma lei aqui, aplique uma multa ali e um puxão de orelha acolá. Não precisa ter o Al Gore como secretário, nem precisasa ngrar dramaticamente o orçamento. As Secretarias do Ambiente nem costumam ser muito procuradas entre políticos, por seu orçamento pobre (nos casos emque elas não incluem a coleta de lixo). Enxadas, viveiros, placas e tratores não costumam atrair muito aqueles que buscam comissões enegociatas. Para eles, concreto e asfalto costumam ser mais interessantes.
A agenda ambiental anda de braços dados com nosso amadurecimento político porque depende da valorização de propriedades comuns. Não somos herdeiros das áreas de pastos comuns da Inglaterra, onde havia um compromisso entre obenefício individual de uma cabeça de gado a mais e o prejuízo coletivo noverde do pasto. Enquanto eles pensavam nestas coisas lá, aqui tínhamos sesmarias nas quais os recursos naturais e até mesmo os recursos humanos eram propriedade da coroa.
Não tivemos oportunidade de desenvolver o conceito de propriedade coletiva. Por isso as casas avançam nas calçadas e as calçadas avançam nas árvores.
Por isso que praças são doadas para qualquer um que se diga pastor, líder ouaté mesmo que não diga nada para não expor seus amigos importantes. O espaço público urbano é a terra devoluta brasileira do século 21. Urbanizamo-nos etrouxemos a idéia da terra de ninguém para dentro da cidade.
O candidato ambiental, mais do que conhecimento ou experiência deve terética e honestidade. "Rouba mas faz" não seria possível mesmo para o maisprodutivo candidato ambiental, porque para que consigamos ensinar o valor dapropriedade coletiva é necessário - como em todo aprendizado aliás, exemplo. Ética e honestidade são mais primordiais que qualquer agenda ambiental, porque é delas que deriva a necessidade de valorizar o que é coletivo.
Trocando em miúdos, o ambiente da sua cidade já agradece muito se você conseguir escolher um candidato que não roube.
Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é Doutor pela Universidade deHarvard, Professor de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, autor do livro Biologiada Conservação, e nos fins de semana ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP,Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em aduboorgânico e a coletar água da chuva.

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